Mesmo com a paralisação das vendas da carne bovina brasileira para alguns mercados em função de um caso isolado de vaca louca no País, os números das exportações de proteína animal foram muito positivos no primeiro trimestre. As remessas de carne suína, por exemplo, cresceram 16,9% em volume ao final de março, alcançando a marca de 106,9 mil toneladas vendidas. considerando todos os produtos (in natura e processados), Com isso, a receita subiu 30,8% ante igual período de 2022, atingindo US$ 248,9 milhões.

Já as vendas internacionais de carne de frango, também considerando todos os produtos, subiram 22,9% em volume, totalizando 514,6 mil toneladas em março. A receita cresceu ainda mais: 27,2%, somando US$ 980 milhões, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O único revés foi a carne bovina, cujas vendas internacionais caíram 20%, para 162,8 mil toneladas em março deste ano ante igual período de 2022, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

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O declínio refletiu a suspensão dos embarques à China, principal destino das vendas brasileiras, que se estendeu de 22 de fevereiro até 23 de março. Isso porque o Brasil suspendeu as exportações de maneira voluntária depois da confirmação de um caso do mal da vaca louca no Pará, que no final foi constatado como um caso isolado. Com isso, o faturamento das exportações caiu 37% para US$ 1,123 bilhão.

A perda se deve ao fato de a receita ter recuado mais que o volume, uma vez que a carne vendida ao mercado chinês é mais cara que a média. Com isso, o setor acumulou uma baixa de 8% no volume no primeiro trimestre e de 22% na receita, totalizando 498,9 mil toneladas e US$ 2,255 bilhões respectivamente.

Apesar disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou que as exportações brasileiras de carne bovina devam ultrapassar a marca de 3 milhões de toneladas equivalentes de carcaça neste ano, um aumento de 4% em relação ao embarcado no ano passado. Esse volume representará praticamente um quarto (25%) da proteína bovina negociada entre países no mundo inteiro, que é de 12,1 milhões de toneladas.

A reabertura da economia chinesa, segundo o órgão norte-americano, deve sustentar a demanda. O USDA prevê que a produção brasileira deve alcançar 10,57 milhões de toneladas, um aumento de 2,13% no comparativo anual, e o mundo produzirá 59,15 milhões de toneladas, menos que as 59,35 milhões de toneladas de 2022.

SUÍNOS E AVES

No total do primeiro trimestre, o volume exportado de carne suína chegou a 274,8 mil toneladas, volume 15,7% maior que as 237,5 mil toneladas embarcadas entre janeiro e março de 2022. No mesmo período, a receita das exportações totalizou US$ 646,3 milhões, saldo 29,6% maior que o total obtido nos três primeiros meses de 2022, com US$ 498,5 milhões. Já as vendas de carne de frango no acumulado do ano alcançaram 1,314 milhão de toneladas, volume 15,1% superior ao embarcado no mesmo período de 2022, com 1,142 milhão de toneladas.

Em receita, o resultado trimestral deste ano foi 25,5% maior, com US$ 2,573 bilhões entre janeiro e março deste ano, contra US$ 2,051 bilhões no mesmo período de 2022. Segundo a ABPA, houve um incremento generalizado nas compras dos maiores destinos de exportações, em um momento em que o Brasil estava preparado do ponto de vista da oferta. Além disso, este é um período em que, tradicionalmente, há uma aceleração dos embarques, dentro da programação das vendas para o verão do Hemisfério Norte.

Por outro lado, a entidade frisa que há uma diminuição da oferta de produtos em algumas regiões, em consequência do aumento de custo de grãos e energia, juntamente com os focos de Influenza Aviária no mundo. “Tudo isso favoreceu a antecipação de compras por determinados destinos importadores”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.