21/02/2024 - 18:46
O Ibovespa acompanhou o sinal de Nova York, negativo na maior parte da sessão, em dia de expectativa para a ata da mais recente reunião do Federal Reserve, divulgada às 16h (de Brasília). O documento não mudou significativamente a tendência do dia, mas os índices em NY conseguiram encerrar um pouco acima da linha d’água, em alta de 0,13% para Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq. Sem gatilhos domésticos nesta quarta-feira, o Ibovespa acompanhou o sinal de fora e, ao fim, subiu 0,09%, aos 130.031,58 pontos, estendendo a série positiva pela quinta sessão. O giro financeiro caiu nesta quarta-feira para R$ 23,5 bilhões, após ter chegado ontem a R$ 28,2 bilhões.
Entre as ações de maior peso e liquidez, algumas conseguiram se descolar do sinal majoritariamente negativo ao longo do dia, ganhando fôlego no fechamento, como Vale (ON +0,76%) e Petrobras (ON +0,25%, PN +0,14%). Gerdau (PN +2,06%), apesar do balanço fraco conforme se esperava, também se alinhou entre as ganhadoras do dia, tendo Weg (+6,89%), Pão de Açúcar (+6,22%) e Carrefour (+4,07%) na ponta do Ibovespa no fechamento da sessão. No lado oposto, Hapvida (-4,51%), Azul (-4,37%) e ISA Cteep (-3,73%), após divulgação do balanço do quarto trimestre.
O conselho de administração da Weg aprovou a distribuição de R$ 1,249 bilhão em dividendos complementares, correspondentes a R$ 0,29 por ação. A empresa reportou lucro líquido de R$ 1,745 bilhão no quarto trimestre de 2023, em alta de 46,2% ante o apurado no mesmo período de 2022. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a alta foi de 33%. Com isso, no consolidado de 2023, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 5,732 bilhões, alta de 36,2% ante o ano precedente.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,829 bilhão entre outubro e dezembro, montante 17,3% superior ao reportado no quarto trimestre de 2022. “A estimativa do Goldman Sachs era de uma alta de 13% no Ebitda em relação ao período anterior, e o resultado veio bem superior ao esperado”, aponta Inácio Alves, analista da Melver.
Na máxima do dia, o Ibovespa foi um pouco além do nível do fechamento, naquele momento aos 130.033,91 pontos, com mínima a 129.358,66 e abertura aos 129.915,73 pontos. Na semana, avança 1,01% e, no mês, ganha 1,78%. No ano, cede 3,10%.
“O mercado testou a resistência dos 130 mil pontos, e confirmou em fechamento, após ter perdido força ao longo da tarde. A ata do Fed não trouxe muitas pistas e clareza sobre cortes de juros, com a percepção de que a atividade, nos Estados Unidos, continua a se expandir em ritmo sólido. Assim, lá fora, houve uma ‘pioradinha’ depois da ata, especialmente com relação aos juros dos Treasuries, e com a Bolsa também um pouquinho mais pesada em Nova York, então”, diz o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.
Na ata desta tarde, referente à reunião de política monetária de janeiro, os dirigentes do Fed avaliaram que os riscos altistas para a inflação diminuíram, embora tenham destacado, também, que ela continua acima da meta de 2% ao ano. Os participantes observaram que, ainda que os riscos para as metas de emprego e inflação estejam em melhor equilíbrio, permanecem atentos.
Na ata, “alguns” deles observaram haver riscos de que esse progresso em direção ao cumprimento das metas possa estagnar, principalmente se a demanda agregada crescer ou se a melhora do lado da oferta desacelerar mais do que o esperado. E “vários” mencionaram, como mais um risco altista para inflação e atividade, a possibilidade de as condições financeiras ficarem “menos restritivas do que o apropriado”.
Após a ata, a Oxford Economics manteve a expectativa de que o Federal Reserve deve realizar o primeiro corte de juros em maio. A consultoria acrescenta, porém, que a ata desta tarde eleva a chance de que os cortes comecem depois disso, mas a Oxford avalia que o BC americano deve ganhar mais confiança na perspectiva da inflação, reporta o jornalista Gabriel Bueno da Costa, do Broadcast.