A JBS, líder global na produção de carnes, reportou nesta quarta-feira, 13, lucro líquido de 3,84 bilhões de reais no terceiro trimestre, aumento de mais de seis vezes na comparação com o mesmo período do ano passado, com impulso dos negócios de aves e suínos no Brasil e nos Estados Unidos.

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O resultado superou a expectativa de analistas, de acordo com pesquisa da LSEG, que apontava um lucro de 3,73 bilhões de reais.

A empresa destacou a unidade de processados e de aves e suínos no Brasil, a Seara, que teve uma margem recorde de 21% no período, beneficiada pela “forte demanda” global e custo “favorável” dos grãos, matérias-primas para a produção de ração na indústria de carnes.

Já a Pilgrim’s Pride apresentou uma margem de 16,9%, impulsionada pela demanda aquecida principalmente na Europa, Estados Unidos e México, que também apresentou melhorias operacionais e a diversificação do portfólio em produtos de valor agregado e marcas, segundo a companhia.

Esse desempenho em aves e suínos mais do que compensou a conjuntura “desafiadora” do segmento de carne bovina nos Estados Unidos, o maior negócio da empresa em vendas, que respondeu por quase um terço da receita líquida total da companhia, mas registrou a menor margem entre as unidades da JBS no terceiro trimestre, de 1,9%.

“Foi um resultado robusto, forte, quando a gente olha a JBS, que tem um negócio grande nos Estados Unidos, e um terço do negócio está no ‘break even’… Mesmo assim, estamos entregando um resultado de dois dígitos na margem Ebitda”, disse o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.

A JBS relatou que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, um indicador da geração de caixa, somou 11,9 bilhões de reais, aumento de 120,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 20,8% ante o segundo trimestre.

Já a margem Ebitda ajustada da companhia foi de 10,8%, alta de 4,9 pontos percentuais na comparação com igual período de 2023.

A receita líquida no terceiro trimestre somou 110,5 bilhões de reais, crescimento de 21% ante o igual período de 2023, um resultado também recorde.

O fluxo de caixa livre foi positivo em 5,5 bilhões de reais, uma melhora de 88% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Isso mostra a importância da diversificação da plataforma, mas também temos um time extraordinário… isso permite capturar as oportunidades do mercado”, afirmou.

Enquanto nos EUA a JBS avalia que o cenário de oferta de gado deve permanecer difícil ao longo de 2025, começando a melhorar em 2026, disse Tomazoni, no Brasil a companhia foi ainda beneficiada por custos favoráveis do boi no terceiro trimestre, embora tenha havido uma disparada recentemente nos custos, em meio à forte demanda na exportação e no consumo interno.