08/01/2025 - 18:59
O dólar avançou nesta quarta, 8, ante rivais, em um dia marcado por novas sinalizações das potenciais tarifas da administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A sessão contou com os relatos de que o republicano poderá declarar uma emergência econômica nacional para justificar medidas protecionistas em grande escala. Além disso, o dia contou com a divulgação de indicadores fortes da economia americana e com a publicação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) em 2024.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 158,35 ienes, o euro caía a US$ 1,0318 e a libra cedia a US$ 1,2265. O índice DXY fechou em alta de 0,49%, a 109,090 pontos.
De acordo com a CNN, “a declaração permitiria a Trump construir um novo programa tarifário utilizando a Lei de Poderes Econômicos Internacionais de Emergência, conhecida como IEEPA, que autoriza unilateralmente um presidente a gerir as importações durante uma emergência nacional”. O BBH acredita que este é provavelmente um “balão de ensaio” e a história ainda está em desenvolvimento, portanto, há que proceder com cautela. “Dito isto, o desempenho econômico superior dos EUA deverá continuar a impulsionar o dólar para cima, independentemente das tarifas”, avalia. Hoje, o relatório ADP de empregos veio aquém das expectativas, e o número de pedidos de auxílio-desemprego, ficou abaixo da projeção.
O BMO avaliou que a ata do Fed não trouxe nenhuma grande revelação para a política monetária. Na avaliação do banco, o documento representa apenas uma simples passagem de um evento de risco, que não inspirou reação significativa nos mercados.
Destaque foi a queda da libra, com a escalada dos juros dos Gilts britânicos de 10 anos aos maiores níveis desde 2008 derrubando a moeda e ilustrando o crescente ceticismo do mercado com o estado das contas públicas do Reino Unido. Com sinais de inflação persistente e pouco espaço para despesas, o mercado encerra a lua de mel com o primeiro-ministro do país, Keir Starmer, e já evoca paralelos com o episódio que derrubou a então premiê conservadora, Liz Truss, na crise fiscal de 2022.
O yuan negociado no mercado onshore atingiu menor nível desde novembro de 2023 ante o dólar, em meio ao contínuo tombo nos rendimentos dos títulos públicos chineses. O movimento reflete não apenas as preocupações quanto ao desempenho da segunda maior economia do planeta, mas também os sinais de que Trump pretende adotar tarifas pesadas contras as importações chinesas. Na visão de Robin Brooks, sênior fellow do Brookings Institute, a ameaça mais potente da China face a mais tarifas dos EUA é sinalizar que permitirá uma grande desvalorização do yuan se tais tarifas vierem.