O setor de serviços, que possui o maior peso na economia brasileira, teve queda de 0,5% em dezembro de 2024, ante novembro. Já na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira, 12, pelo IBGE.

Apesar do recuo na reta final do ano, o setor de serviços fechou 2024 com uma alta acumulada de 3,1%, quarto ano seguido de crescimento. Em 2023, a expansão tinha sido menor, de 2,9%. Segundo o IBGE, entre 2021 e 2024 o setor acumulou ganhos de 27,4%.

No entanto, os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de avanços de 0,1% na comparação mensal e de 3,5% na base anua

O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destacou que é a primeira vez na série histórica que o setor registrou quatro anos consecutivos de taxas anuais positivas. Com o recuo em dezembro, o setor se encontra 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024).

Os fornecedores de serviços foram favorecidos ao longo do ano passado pela robustez do mercado de trabalho e aumento da renda, dando contribuição positiva para a expansão do PIB, mas também gerando preocupações com o impacto inflacionário.

Entretanto, somente nos dois últimos meses de 2024 o volume de serviços acumulou perdas de 1,9%, o que pode indicar alguma fraqueza em sintonia com a esperada desaceleração da economia, em meio a uma política monetária restritiva com a taxa básica de juros Selic em 13,25% e perspectiva de mais elevação.

Evolução do desemprenho do setor de serviços (Crédito:Divulgação/IBGE)

Destaques do ano

Os destaques de crescimento em 2024 foram os serviços de informação e comunicação (6,2%) e profissionais, administrativos e complementares (6,2%). No primeiro ramo, destacaram-se telecomunicações e serviços de TI.

“Já em serviços profissionais, administrativos e complementares, os destaques ficaram com os avanços de receita vindos de agenciamento de espaços de publicidade, devido à propaganda nas plataformas digitais, atividades jurídicas, com aumento do recebimento de precatórios, e intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e plataformas de e-commerce”, afirma o pesquisador.

No campo negativo, o destaque foi para o setor de transportes, pressionado pela menor receita auferida pelo transporte rodoviário de cargas, visto que a menor safra em 2024 gerou menores fretes.

Turismo cresce 2,8% em dezembro e 3,5% em 2024

O índice de atividades turísticas teve alta de 2,8% frente a novembro, renovando o ápice da sua série histórica.

Na comparação entre dezembro de 2024 e dezembro de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 9,5%, sétimo resultado positivo seguido.

No acumulado do ano, mostrou expansão de 3,5% frente a igual período do ano anterior. Regionalmente, onze dos 17 locais investigados também registraram taxas positivas, em que sobressaíram os ganhos vindos de São Paulo (3,7%) e Rio de Janeiro (6,3%), seguidos por Bahia (8,4%), Minas Gerais (4,5%), Paraná (7,2%) e Santa Catarina (9%).

*Com informações da Reuters