O dólar tem desempenho misto ante as principais moedas no fim da tarde desta sexta-feira, 14, com alta sólida frente ao iene, mas queda ante o euro. A moeda europeia tem o respaldo da perspectiva de ampliação dos gastos na Alemanha, principal economia da zona do euro. Temores de desaceleração econômica em meio ao cenário de guerra comercial também influenciam a sessão, ainda que a expectativa de acordo para evitar o shutdown do governo norte-americano ofereça suporte para o dólar.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, teve queda de 0,01%, a 103,718 pontos, com a moeda americana subindo a 148,62 ienes. O euro se apreciou para US$ 1,0885 e a libra esterlina cedeu para US$ 1,2935.

De acordo com Erik Boekel, da DHF Capital, o dólar tem se enfraquecido à medida que os EUA se tornam mais protecionistas, aumentando os temores de desaceleração econômica, apesar da inflação ainda alta. “Espera-se que o Fed mantenha as taxas inalteradas na próxima semana, mas um tom agressivo pode apoiar a moeda”, afirmou.

Diante das implicações das tarifas, o JPMorgan reduziu a estimativa de expansão do PIB de 1,9% para 1,6% no quarto trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2024.

O euro subiu após o acordo do endividamento público na Alemanha, uma das principais propostas do provável próximo chanceler, Friedrich Merz. Para o ING, a situação política na Alemanha tem sido o foco dos investidores, ajudando a impulsionar o euro frente ao dólar. O ING já não vê a moeda cair para paridade em relação ao dólar. “Vemos US$ 1,05-1,10 como a nova faixa de negociação”, disseram.

No Reino Unido, estrategistas do TD Securities apontam que a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra em 20 de março provavelmente não será um grande impulsionador da libra esterlina. O mercado já precificou a manutenção das taxas de juros, e os investidores esperam que os cortes nas taxas sejam retomados em maio, afirmam.

*Com informações da Dow Jones Newswires