De acordo com um estudo do banco americano Morgan Stanley, os millennials, pessoas nascidas entre os anos 1980 e 2000, herdarão US$ 30 trilhões até 2020. E, deste total, 86% serão destinados a investimentos sustentáveis e de impacto social. Aos poucos, essa previsão tem se tornado realidade. No ano passado, somente nos Estados Unidos, US$ 8,8 trilhões foram investidos em empresas que adotam critérios de sustentabilidade – US$ 5,1 trilhões a mais do que em 2012. No Brasil, o mercado financeiro ainda engatinha quando o assunto é investimento de impacto. Mas o País tem um representante que virou caso de estudo até em Harvard. Trata-se da Vox Capital, empresa de venture capital, que tem atraído algumas das famílias mais ricas do Brasil.

 

Investidores conhecidos

Focada em investir em empresas de impacto social, a Vox, fundada, em 2009, por Antonio Ermírio de Moraes Neto, herdeiro do grupo Votorantim, e Daniel Izzo (acima), ex-executivo da Johnson & Johnson, tem dois fundos: um de R$ 84 milhões, criado em setembro de 2012, e outro de R$ 120 milhões, que nasceu em agosto de 2016. Entre os investidores estão Armínio Fraga; a Península Participações, de Abilio Diniz; a Maraé Investimentos, de Guilherme Leal, e mais 50 famílias brasileiras, além de bancos como o BNDES, o BID e outras instituições. “Geralmente compramos de 20% a 30% de participação no negócio”, diz Daniel Izzo, um dos sócios da Vox.

 

As eleitas e o tempo de maturação

Desde a sua fundação, a Vox já investiu em 21 empresas, mas hoje tem participação ativa em sete companhias como Aondê, Tamboro, Magnamed, Proradis, Tem, ToLife e Avante – todas voltadas a desenvolver soluções que deem à população mais carente acesso a serviços nas áreas de educação, saúde e finanças. “As empresas em que investimos impactaram a vida de 1,9 milhão de pessoas no ano passado”, diz Izzo. Para quem pensa que é caridade, Izzo tem a resposta na ponta da língua. “Nossa meta é ter uma taxa de retorno de 20% ao ano com o impacto social e a ideia é nos desfazermos de cada investimento depois de um período de 10 anos.”

(Nota publicada na Edição 1044 da Revista Dinheiro)