10/11/2017 - 21:33
Os dois policiais militares envolvidos na morte do jovem Luan de Souza, de 14 anos, atingido por disparo de arma de fogo no último domingo (5), estão afastados das ruas cumprindo apenas serviços administrativos no 10º batalhão da Polícia Militar, em Santo André. As armas deles foram recolhidas pelo batalhão.
O adolescente foi morto por um disparo da pistola .40 do cabo Alécio José de Souza no bairro Parque João Ramalho, município de Santo André, atingido no pescoço. O advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), que está acompanhando o caso, avaliou que há indícios de que Luan foi executado pelos policiais.
Inicialmente, o caso foi registrado pelos policiais como “morte decorrente de oposição à intervenção policial”. O Boletim de Ocorrência (B.O.) descreve uma cena de troca de tiros entre o grupo de jovens, que estaria com um revólver calibre .38, e o cabo Alécio, com uma pistola calibre .40.
O advogado teve acesso ao inquérito e contou à Agência Brasil que, em seu depoimento à Corregedoria da PM, o cabo reconheceu que Luan não estava armado. No inquérito policial militar (IPM) consta que dois cartuchos de calibre .40 foram apreendidos no local.
Hoje foram ouvidas três testemunhas que estavam com Luan no local do crime, além do irmão e da mãe da vítima. Segundo as testemunhas, foram feitos três disparos de arma de fogo na ocasião. Os jovens afirmaram ainda que não havia ninguém armado no grupo, que tinha dez pessoas, nem houve disparos contra os policiais militares.
A Secretaria de Segurança Pública do estado disse, em nota, que o caso é investigado por meio de inquérito policial militar instaurado pelo 10º BPM/M e acompanhado pela Corregedoria da PM. “É importante ressaltar que, até sua conclusão, todas as circunstâncias provenientes ao fato estão sendo apuradas. As investigações também são conduzidas pela Polícia Civil, pelo 2º DP do município”, acrescenta a nota.