05/03/2018 - 21:30
O ex-ministro José Dirceu afirmou, nesta segunda-feira, 5, que a nomeação do ex-diretor da Petrobras Renato Duque passou por uma decisão “política” em que foi levado em consideração o fato de outros candidatos à vaga terem sido de governos tucanos. Ele falou como testemunha de defesa do ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, o “Silvinho Land Rover”.
Segundo a denúncia, as investigações apontaram que os administradores da empresa GDK “ofereceram e pagaram um veículo Land Rover para Silvio Pereira em troca de favorecimento da empresa na licitação do módulo 1 da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, localiza em Linhares, no Espírito Santo, entre 2004 e 2005”.
O ex-ministro negou ter conhecimento do caso envolvendo a Land Rover, mas respondeu perguntas sobre a nomeação de Renato Duque, em fevereiro de 2003, durante o primeiro governo Lula. Duque também é réu nesta ação penal.
“Há uma avaliação que passa por ministros que numa reunião com Luiz Gushiken, Dilma, Delubio, e eu fui chamado, havia uma discussão sobre direção da Petrobras e o nome de Renato Duque aparecia, e aparecia também Rogerio Manso, que era integrante da administração anterior de FHC. Houve consulta a casa civil. Do ponto de vista político, não tinha porque manter nomes da administração anterior se estávamos mudando a orientação da empresa”, afirmou.
Dirceu ainda disse que o PT obteve aprovação de um “regime de partilhas” que depois foi derrubado pelo PSDB no Congresso “após o golpe que tirou a presidenta Dilma Rousseff”.
Dirceu afirmou que as políticas do PT eram “totalmente divergentes” do que as que estavam em vigor, “tanto que todas foram depois revogadas”. “Então não tinha sentido indicar dois nomes do governo anterior”.