O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 5, no 18º Fórum Empresarial Lide, em Campos do Jordão (SP), que o lema interno dele na equipe é “sem recuo e sem rendição”. “Se abrir a porta um pouco, avançamos. Avança e para, mas sem recuo”, comentou.

Guedes disse também que a relação dele com a classe política é boa, embora haja uma minoria barulhenta, em mais uma referência ao bate-boca que ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na quarta-feira.

Para Guedes, o governo de Jair Bolsonaro agiu com presteza, ao propor o pacote anticrime e a reforma da Previdência em 60 dias de novo Congresso, que tomou posse em 1º de fevereiro.

“Há impaciência (com composição do governo), mas como Bolsonaro em pouco tempo vai mudar discurso da campanha?”, afirmou o ministro. “Em menos de 60 dias não dá para operacionalizar tudo certinho, demanda certo tempo.”

De acordo com o ministro, o presidente tem tido de generosidade enorme e autocrítica. “O que mais posso pedir a ele?”, disse.

Para ele, ainda que exista o discurso da antipolítica, há no Congresso a “boa política e ela quer agir”. “Não há gente querendo roubar, pedir dinheiro. É que pontes ainda não estão consolidadas”, comentou.

Estresse

O ministro da Economia fez na manhã desta sexta-feira uma leve crítica à adoção de metas fiscais muito folgadas, que preveem altos déficits anuais. “Eu prefiro falar que vou zerar o déficit e, se der déficit de R$ 80 bilhões, vai ser metade que um de R$ 150 bilhões, melhor do que uma meta confortável”, comentou.

Guedes afirmou ainda que, do ponto de vista financeiro, não haverá “estresse este ano”. “As reformas estruturais começam a afetar no ano que vem”, disse.

O ministro destacou também que não é necessário “cortar muito no Brasil”. “É só não deixar subir a trajetória exponencial da dívida”, comentou.

Guedes refutou ainda críticas de quem acredita que a dívida pública brasileira é impagável. “Quem acha que não se muda, geralmente está na Faria Lima”, brincou.