17/04/2020 - 18:40
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, expressou nesta sexta-feira (17) a esperança de que os países encontrem novas razões para recusar a entrada da gigante das telecomunicações chinesa, a Huawei, depois de analisar a gestão de Pequim durante o surto do novo coronavírus.
“Estou muito confiante de que, neste momento em que o Partido Comunista fracassou em ser transparente e aberto sobre como lidar com os números de maneira apropriada, muitos, muitos países reconsiderem o que estavam fazendo quanto à sua arquitetura de telecomunicações”, disse Pompeo à emissora Fox Business, em entrevista.
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“Quando a Huawei ligar para vender equipamentos e hardware”, Pompeo disse esperar “que vejam essa decisão de uma outra forma”.
O chefe da diplomacia americana, que preferiu não citar nenhum país, não tem tido muito êxito em persuadir até mesmo aliados próximos aos Estados Unidos a rejeitar a Huawei, mesmo tendo ameaçado interromper a troca de informações de Inteligência com eles.
A União Europeia e o Reino Unido disseram no início deste ano que permitirão que a Huawei tenha um papel limitado na instalação das redes de internet 5G.
Washington proibiu a Huawei de lançar a 5G por preocupações de que a empresa estivesse sob o controle de Pequim, que poderia exercer grande influência para acessar dados confidenciais.
Os aliados americanos concordam cada vez mais com a avaliação de Washington de que a China não foi transparente sobre o surto do SARS-CoV-2, que se originou em Wuhan e já matou mais de 150.000 pessoas em todo o mundo.
O secretário britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, disse nesta semana que após a pandemia, os negócios com a China não devem continuar como antes.
As autoridades chinesas tentaram inicialmente ocultar as notícias da epidemia, inclusive repreendendo um médico que tentou alertar para o surgimento de um novo vírus, em dezembro.
Pequim nega que a Huawei trabalhe para seus interesses. Em todo o mundo, a empresa construiu uma série de redes de comunicação com sua tecnologia avançada de 5G a preços competitivos.