08/04/2024 - 17:32
O dólar recuou contra divisas estrangeiras, enquanto investidores ponderam suas apostas para os juros nos EUA e aguardam mais dados de inflação no país, a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e novos comentários de dirigentes do banco central no decorrer da semana. O tom de cautela fez os mercados reavaliarem quando o Fed começará sua flexibilização monetária.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 151,83 ienes, o euro avançava a US$ 1,0860 e a libra tinha alta a US$ 1,2656. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,15%, a 104,140 pontos.
Na sexta-feira, o relatório de empregos (payroll) de março mostrou um mercado de trabalho mais forte do que o esperado nos EUA e fez subirem as apostas por cortes de juros no país apenas em julho.
“O relatório mais forte sobre o emprego nos EUA de foi uma verdadeira surpresa, decepcionando aqueles que estavam convencidos de que o Fed iria cortar as taxas de juro em junho”, escreve Fawad Razaqzada, do City Index.
Ele aposta que os dados desta semana dos EUA continuarão apontando para uma resiliência surpreendente. Segundo a ferramenta do CME Group, às 17h (de Brasília), a chance estimada de corte na reunião de junho era de 51,3%, contra 48,7% de manutenção.
Do outro lado do Atlântico, investidores monitoram a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada na quinta-feira. Segundo analistas, o BCE deve sinalizar o primeiro corte de juros em junho, podendo iniciar o afrouxamento monetário antes do Fed.
Entre emergentes, hoje o peso mexicano atingiu o valor mais alto desde 2015, consolidando o movimento de alta recente. Os ativos do México vêm sendo beneficiados pelos sinais de que o Banco Central do país continuará um dos mais cautelosos entre emergentes no ciclo de cortes de juros, diante da resiliência da economia local. A força dos indicadores nos EUA também ajuda o vizinho latino-americano, que têm atividade bastante exposta à dos norte-americanos.