Muito antes da popularização e expansão mundial dos games competitivos, hoje chamados de esports, a Razer já tinha um objetivo em mente: atender as necessidades dos jogadores mais exigentes.

Após sua fundação, em 2005, a empresa americana-cingapuriana mergulhou de cabeça em um mercado em pleno desenvolvimento.

Com identidade própria, se expandiu e ganhou notoriedade com mouses e teclados projetados especificamente para quem enxergava games como algo muito além de um hobby.

Mesmo encarando competidores de peso como Logitech e Microsoft, a Razer manteve os pés no chão e conseguiu se firmar entre as principais marcas de periféricos de informática. 

Em entrevista com o site IstoE Dinheiro, Bob Ohlweiler, VP Sênior de Vendas e Marketing Global da Razer, explicou por que a empresa possui uma base tão fiel de consumidores.

“Investimos mais em pesquisa e desenvolvimento do que outras marcas focadas apenas no preço. A inovação é o nosso DNA.”, afirmou

Uma justa representação desse DNA foi vista no mouse Deathadder, produto mais bem-sucedido da história da Razer, com mais de 15 milhões de unidades vendidas em todo o mundo desde o seu lançamento.

O mouse Razer DeathAdder, produto mais bem sucedido da história da Razer (Foto: Divulgação/Razer)
O mouse Razer DeathAdder, produto mais bem sucedido da história da Razer (Foto: Divulgação/Razer)

Segundo o executivo, o diferencial se dá graças ao trabalho do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento ao lado de jogadores profissionais. Com isso, o time recebe feedback especializado sobre a ergonomia e usabilidade de cada produto.

“Estamos sempre criando novos produtos, como mouses com sensores ópticos avançados e teclados com switches de alta precisão, que oferecem uma vantagem competitiva real para os jogadores”

Com passagens pela Kodak, HP e Yahoo!, Ohlweiler assumiu como VP de Vendas e Marketing da Razer em 2019, um ano antes do evento que transformou o mundo e a maneira como as pessoas enxergavam a tecnologia.

Sobrevivendo a ‘ressaca’ pós-pandemia

Com a chegada da Covid-19, o isolamento social colocou os periféricos de escritório na mira dos consumidores que buscavam máximo conforto e qualidade para trabalhar, estudar e até mesmo socializar.

“Tivemos um grande aumento na demanda, com muitos consumidores em casa jogando e trabalhando. Isso gerou um pico nas vendas de mouses, teclados e headsets”, diz Bob

Na primeira metade de 2021, ainda no embalo das restrições da pandemia, a Razer bateu recorde de arrecadação e registrou um crescimento ano a ano (YOY) de 68 %.

Com o fim do isolamento e a volta à rotina, o mercado passou por um esperado período de queda. 

“Aconteceu o que chamamos de uma ‘sombra’ em 2022, com uma grande retração após o ‘boom’“, complementa.

Com um realinhamento de metas e novas estratégias em prática, a recuperação foi gradual. O executivo revelou que a Razer voltou a atingir um crescimento de dois dígitos em 2024.

O futuro no Brasil

O Brasil, que ocupa a quinta posição entre os maiores mercados de games do mundo, é parte importante nos planos da Razer. 

Foi pensando em seu fortalecimento no país que, em 2023, a marca firmou uma parceria com a Multi (antiga Multilaser) para atuar como distribuidora, visando ampliar sua atuação não só no comércio eletrônico, mas também no varejo.

“Precisamos garantir que nossos produtos estejam disponíveis para os consumidores tocarem e experimentarem nas lojas, o que é essencial para uma marca como a Razer”

Além disso, a empresa está de olho no crescimento no uso dos dispositivos móveis no país. Segundo a Pesquisa Game Brasil 2024, pelo menos 49% das pessoas que jogam no Brasil preferem jogar no celular.

Bob confirmou que a Razer vai aumentar o investimento em produtos e acessórios para celulares no mercado brasileiro e falou da história da marca dentro do pais.

“Estamos no Brasil há muitos anos, até mesmo antes de entrar em outros países. A comunidade gamer brasileira é realmente apaixonada e sempre teve um impacto importante para nós. Temos orgulho disso”, finalizou