29/10/2017 - 14:26
Pelo menos 25 pessoas morreram em Mogadíscio na explosão de dois carros-bomba e no posterior ataque de um comando do grupo jihadista Al Shabab em um hotel da capital da Somália, informou hoje (29) o governo do país.
O ataque aconteceu pouco antes de uma importante reunião de segurança que seria realizada pelo governo, e provocou a destituição dos chefes da polícia e da inteligência somali. As informações são da agência de notícias EFE.
O primeiro carro-bomba explodiu na tarde de ontem na entrada do hotel Nassa-Hablood, muito perto do palácio presidencial, complexo que abriga a maioria dos escritórios do governo. Após a explosão, um comando de cinco terroristas entrou no hotel e disparou contra os hóspedes, matando vários deles.
Os terroristas se esconderam durante horas no hotel, mas acabaram rendidos pelo exército somali.
O segundo carro-bomba explodiu poucos minutos depois do primeiro nas imediações do jardim de Daljirka, muito perto do escritório central nacional da inteligência.
O total de mortos pode continuar aumentando nas próximas horas devido ao grande número de feridos em estado grave.
Entre os mortos se encontram alguns altos funcionários e políticos do país, entre eles, um deputado e um conselheiro do governo regional do Estado Sudoeste0.
Estado de guerra
Este ato terrorista ocorre apenas duas semanas depois que 358 pessoas morreram na capital somali em decorrência da explosão de dois caminhões-bomba, no pior atentado da história do país, que levou o governo a declarar o estado de guerra.
O Executivo somali assegurou estar preparado para lançar ataques militares contra Al Shabab, apesar da baixa capacidade militar e da agitação política que o país vive. Segundo analistas locais, os problemas internos do governo e o seu distanciamento da cúpula do exército permitiram ao grupo jihadista recuperar sua capacidade de cometer atentados em grande escala.
Al Shabab, que se filiou em 2012 à rede internacional da Al Qaeda, controla parte do território no centro e no sul do país e pretende instaurar um Estado Islâmico radical na Somália, segundo a EFE.