11/09/2020 - 14:09
O desmatamento na Amazônia brasileira registrou queda de 21% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado, embora entre janeiro e agosto a redução tenha sido de apenas 5% em comparação ao mesmo período de 2019, quando bateu todos os recordes.
A área desmatada em agosto foi de 1.358 km2, registro somente superado para esse mês pelos 1.714 km2 de 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) informou nesta sexta-feira (11).
Nos oito primeiros meses do ano, a área desmatada na maior floresta tropical do planeta chegou a 6.086 km2, uma redução de 5% em relação ao ano anterior.
+ Fumaça da Amazônia e Pantanal começa a chegar a cidades do Sudeste e Sul do País
+ Faixa do Greenpeace na Comissão Europeia culpa UE por incêndios na Amazônia
Em 2019 e 2020, o desmatamento ao longo de oito meses superou a totalidade do registrado em cada um dos três últimos anos.
Em 2019, o desmatamento atingiu 9.178 km2, um nível recorde, que junto com o aumento no número de incêndios na região gerou uma onda de críticas ao presidente Jair Bolsonaro, defensor da abertura da floresta para a mineração e agropecuária.
Desde que o Bolsonaro chegou ao poder em 2019, “a devastação mudou de patamar. Antes de Bolsonaro, as taxas mensais médias de alertas (de desmatamento) nos meses de maio a setembro, auge da seca e das derrubadas, não ultrapassavam 600 km2. Nos últimos anos, elas dobraram”, ressalta Marcio Astrini, secretário-executivo da ONG Observatório do Clima.
Os incêndios continuam a se multiplicar este ano na região.
O INPE constatou 13.810 focos de incêndio entre 1º e 10 de setembro, saldo que já representa mais de dois terços do total de setembro de 2019.
Desde janeiro, 57.823 incêndios foram registrados, 6% a mais do que no mesmo período do ano passado.
O aumento torna-se mais preocupante porque a fumaça pode provocar doenças respiratórias que podem ser agravadas pela pandemia do novo coronavírus, que já deixou quase 130 mil mortos no Brasil.
No Pantanal, a maior área úmida tropical do mundo, localizada ao sul da Amazônia, as queimadas aumentaram 220% entre janeiro e agosto. Levando em consideração os dados até 10 de setembro (12.703 focos de incêndio), elas já superaram as de todo o ano de 2005, até então o ano recorde para a região.
O governo Bolsonaro está sob forte pressão internacional para alterar sua política ambiental.
Inúmeras personalidades, como o ator americano Leonardo DiCaprio, aderiram à campanha “Defundbolsonaro.org”, lançada por diversas ONGs, que exige que qualquer investimento feito no Brasil dependa da firmeza nos compromissos com a preservação da Amazônia.
O slogan da campanha é “Bolsonaro ateia fogo na Amazônia. De novo. De que lado você está?”.