29/10/2020 - 19:44
O CEO do Guiabolso, Thiago Alvarez, foi o convidado da live da Dinheiro nesta quinta-feira (29). Antes de apostar na ideia da própria fintech, que atraiu grandes fundos de investimento antes de ter um produto em mãos, Alvarez foi gerente de projetos em Serviços Financeiros da McKinsey e em 2014 decidiu fundar o Guiabolso, uma plataforma com objetivo de melhorar a gestão financeira das pessoas. Hoje, ele é craque do setor. Segundo Alvarez, o sistema financeiro brasileiro passa por um processo de transformação e a chegada do Pix trará mais inclusão bancária e a tendência é que isso se intensifique com o open banking. “É a hora de novas instituições financeiras. Um novo paradigma: antes o dinheiro era físico, agora será digital. Será uma grande oportunidade de transformação do sistema financeiro nacional”, diz.
Na live, o executivo detalhou o conceito de Open Banking, que promete mudar a forma como o mercado financeiro funcionará impactando diretamente bancos, fintechs e outros negócios relacionados. Em resumo, o open banking é o sistema que permitirá que outras empresas e serviços acessem os dados dos clientes – com a autorização explícita. Permitirá que as pessoas movimentem suas contas a partir de diferentes plataformas e não só pelo aplicativo ou site do banco. A ideia é deixar o sistema financeiro mais transparente e competitivo, além de empoderar o cliente, que passa a ser dono de seus dados e pode transacionar isso da forma que lhe for mais conveniente. “O sistema financeiro será muito saudável, justo e mais fragmentado. O que é muito bom”, avalia.
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Ao certo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem afirmado que o Pix e o Open Banking serão duas ferramentas com papel importante no aumento da concorrência bancária no País. Segundo a Febraban, o Pix não impactará tanto nas tarifas porque, hoje, 62% das contas transacionais já são isentas dessa cobrança por regulação do BC, e outras pelo relacionamento do cliente com o banco.
A Febraban ainda ressalta que o Open Banking também pode gerar maior eficiência para os bancos, os quais terão maior flexibilidade e velocidade no lançamento de novos produto, além de maior conhecimento sobre os perfis de seus clientes. “São múltiplas estratégias que as instituições estão trabalhando. Todo mundo que tem uma grande base de usuários está se movimentando. Não tem ninguém parado.”
Atualmente, o Guiabolso conta com 6 milhões de clientes e oferece produtos como crédito pessoal, cartão de crédito, seguro e investimento. Para as empresas, a plataforma tem o Guiabolso Connect, que permite às empresas acessarem as informações bancárias de seus clientes. Neste ano, o Guiabolso lançou uma plataforma que vai trabalhar junto com o Pix para a realização de transferências bancárias instantâneas e gratuitas. Segundo Alvarez, o cliente ganha uma plataforma para integrar seus dados e gerenciar melhor seus gastos, além do acesso a produtos selecionados de acordo com o seu perfil.
O executivo diz na conversa que a capacidade das plataformas compararem diferentes serviços bancários pode derrubar os preços de alguns produtos, como taxa de juros, em até 84% para o consumidor final. Para ele, isso mostra de uma forma muito evidente que o setor precisa de uma transformação, de democratizar dados e acesso para o mercado como um todo. Na live, o CEO fala que a população não bancarizada, ou sub-bancarizada, é a que terá o maior impacto com o Pix e com o Open Banking. Ele diz que quem já está no sistema terá uma redução de tarifas, mas quem quase não usa vai ter incentivo a usar os serviços e produtos financeiros.
No bate-papo, Alvarez falou sobre cadastro positivo, avaliou a política de créditos no sistema bancário e analisou a questão da segurança das transferências e operacionalização do sistema. “O PIX é muito seguro, bem planejado e pensado. As pessoas não têm a quem reclamar quando roubam a sua carteira com dinheiro. Com o PIX, você terá os dados de quem recebeu o crédito”, diz. Ele finaliza falando que está muito otimista com as mudanças. “Temos muita coisa a fazer, muitos problemas a resolver e muita oportunidade para empreender”, conclui.