01/12/2020 - 17:29
A Transportadora Associada de Gás (TAG) vai investir R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos, sendo boa parte em projetos para dar suporte à abertura do mercado de gás no País, informou o diretor da empresa, Ovídio Quintana, que programa para 2021 uma chamada pública para atrair novos clientes para o gasoduto vendido pela Petrobras em 2019 para a Engie e a CDPQ, de Quebec, Canadá.
Outra parte será usada para manter a segurança e a integridade das operações, explica Quintana, segmento que este ano consumiu R$ 140 milhões, contra os R$ 15 milhões investidos pela empresa em 2019. “Ela estava sendo preparada para venda”, justifica o executivo, que participou do Backstage da Rio, Oil & Gas, promovido pela agência epbr.
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Entre os projetos para a expansão do mercado de gás, que está sendo tocado com a regulação vigente, enquanto o Senado Federal não aprova a lei que cria o Novo Mercado de Gás, Quintana destaca a interconexão do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Sergipe, que já está operando para atendimento a térmicas, mas que ainda não está disponível para o mercado.
Também está sendo planejada a obra no Gasfor II (Guamaré-Pecém), para desviar a rota do gasoduto de uma área densamente povoada, que por questões de segurança obriga a redução da pressão do gás, e com isso reduz o atendimento ao mercado. Outro negócio são os city gates (entrada do gás) que vão aparecer por todo o País, como o da Bahia, onde a Bahiagás está fazendo um gasoduto para a região oeste, partindo da malha da TAG. “Isso tudo faz parte do nosso pacote para os próximos cinco anos”, resumiu.
Sobre Sergipe, um dos projetos que vem chamando a atenção do mercado, Quintana informa que no momento está trabalhando no licenciamento ambiental, e elaborando a rota e o traçado. “É um projeto estratégico para a TAG, o gás está disponível na costa, mas não está conectado. Estamos visando não só a conexão desse terminal, mas também uma futura ligação com Bahia e Alagoas”, informou.
Além de térmicas, o gás de Sergipe deverá atender também as fábricas de fertilizantes da Petrobras que estavam hibernando, mas que estão sendo retomadas depois de vendidas para a iniciativa privada. “Na virada do ano, e mais tardar em janeiro, vão entrar novos agentes na malha da TAG por chamada pública, com contrato interruptível, ainda dentro do arcabouço vigente”, ressaltou Quintana.
Outro alvo da TAG são os contratos de petroleiras que não podem mais vender gás para Petrobras depois que os contratos atuais vencerem, dentro da determinação da quebra do monopólio da estatal.
Além da chamada pública para atrair mais clientes, que ainda depende de discussões com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para aferição da capacidade disponível, a TAG está trabalhando em um projeto de interconexão independente com a Nova Transportadora do Sudeste (NTS).
“Hoje já existe essa interconexão, mas é uma estrutura da Petrobras e usamos recentemente para atender térmicas. Mas isso vai se tornar mais frequente quando construir a interconexão independente, não vamos depender mais da estrutura da Petrobras e movimentar de acordo com o despacho das térmicas”, avaliou, prevendo que após essa interconexão as chamadas públicas para venda de espaço deverão ser feitas pelas duas empresas em parceria.
“Todas as ofertas do País estando integradas de maneira nacional permite a formação do mercado de gás, é isso que vai tirar o setor da inércia”, concluiu.