06/12/2020 - 8:15
A sonda chinesa Chang’e 5, que transporta amostras da superfície lunar para trazê-las à Terra, conseguiu se acoplar neste domingo (6) a um módulo na órbita lunar, uma nova conquista para o programa espacial chinês, informou a imprensa pública chinesa.
A manobra faz parte de uma ambiciosa missão de trazer à Terra rochas de seu satélite, pela primeira vez em mais de 40 anos.
Chang’e 5 é composta de várias partes: um orbitador (que permanece na órbita lunar durante a missão), um módulo de pouso (que alunizou) e um módulo de decolagem (do solo à órbita lunar).
Foi este último que, carregado com amostras de solo lunar, atracou ao orbitador na manhã deste domingo, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, que cita a agência espacial nacional (CNSA).
A Xinhua especifica que é para Pequim “o primeiro encontro e o primeiro acoplamento realizado na órbita lunar”.
A decolagem da cápsula da Lua na quinta-feira também foi histórica para a China, já que foi a primeira vez que Pequim lançou uma nave de um corpo extraterrestre.
As amostras, colocadas primeiro no módulo de decolagem, foram transferidas para uma “cápsula de retorno”, que fará a viagem ao planeta azul, segundo a Xinhua.
Se tiver sucesso, a China será o terceiro país a ter extraído amostras do satélite, depois dos Estados Unidos e da ex-União Soviética nas décadas de 1960 e 1970.
A última tentativa foi feita com sucesso pela ex-União Soviética em 1976, com a missão desabitada Luna 24.
O módulo chegou à Lua na terça-feira e exibiu a bandeira chinesa, de acordo com imagens divulgadas pela televisão pública CCTV.
Esta missão é a nova etapa do programa espacial chinês, que no início de 2019 conseguiu pela primeira vez na história o pouso de um aparelho no lado oculto do satélite.
Não é a primeira vez que o gigante asiático lança um dispositivo para o astro lunar como parte do programa Chang’e, batizado com o nome de uma deusa da Lua, segundo a mitologia chinesa.
A agência espacial chinesa conseguiu pousar dois pequenos robôs guiados remotamente (os “Coelhos de Jade”), em 2013 e 2019.
A China investe bilhões de dólares em seu programa espacial para alcançar Europa, Rússia e Estados Unidos.