A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Rondônia, está em busca de voluntários para a pesquisa de caracterização virológica e imunológica dos profissionais de saúde vacinados contra o Sars-Cov-2, em andamento desde março. O estudo quer identificar como os imunizantes reagem no pós aplicação. A pesquisa é coordenada por especialistas em imunologia e biologia experimental da Fiocruz Rondônia e Fiocruz do Rio de Janeiro.

Os interessados em participar como voluntários devem encontrar em contato com a Fiocruz pelo e-mail pesquisa.vacinados@gmail.com ou pelo telefone (69) 99279-9070. A equipe entrará em contato com o voluntário para agendamento da coleta. É necessário levar no dia da coleta o cartão de vacinação contra o Sars-Cov-2 e ingerir pelo menos 500 ml de água filtrada antes da coleta do sangue.

De acordo com Juliana Zuliane, pesquisadora em saúde pública especialista em imunologia, o estudo deve se estender pelo período de um ano a partir da conclusão da coleta das amostras.

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O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde recomenda que a vacinação contra SARS-COV-2 seja realizada com doses de imunizantes da mesma farmacêutica, porém ocorreram casos, em todo o Brasil, de aplicação de doses de vacinas de farmacêuticas diferentes numa mesma pessoa.

Esse processo recebe o nome de intercambialidade invertida e ocorreu em Porto Velho com um grupo de 90 profissionais de saúde que recebeu doses de Coronavac e AstraZeneca. Do grupo, 60 são voluntários na pesquisa e já tiveram amostras coletadas, assim como 40 indivíduos que foram imunizados com as duas doses de Coronavac e 20 que receberam as duas doses de AstraZeneca.

“O estudo pode trazer muitas respostas para os governantes e para o Ministério da Saúde. Uma delas, em especial, é se na falta de um tipo de imunizante é possível liberar diferentes tipos de vacinas para uma mesma pessoa”, explicou Juliana.

Os pesquisadores querem saber se os voluntários estão tanto produzindo anticorpos quanto tendo uma diferenciação nas chamadas células de memória, os linfócitos especiais que integram o sistema imunológico. Essas células são extremamente organizadas, tendo cada uma sua função específica. Se o organismo entrar em contato com qualquer agente infeccioso, ele desenvolverá as chamadas células da memória que são capazes de reconhecer de imediato o invasor.