O dólar avançou ante a maioria de suas moedas rivais nesta terça-feira, 1º, com investidores avessos ao risco em meio a novas ofensivas russas na Ucrânia e anúncios de sanções pelos países do ocidente. Tanto na Europa quanto em Nova York, os principais índices apresentaram queda no pregão de hoje, refletindo a cautela dos mercados.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, subiu 0,72%, aos 97,409 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1129, a libra baixava a US$ 1,3315, enquanto o dólar depreciava a 114,83 ienes. A moeda japonesa também é considerada como porto seguro aos mercados em momentos de alta volatilidade.

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Bombardeios russos atingiram a praça central de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Forças russas também dispararam contra a torre de TV de Kiev e o principal Memorial do Holocausto, da Ucrânia, entre outros locais civis. O Serviço de Estado da Ucrânia para Situações de Emergência afirmou que os ataques à torre de TV mataram cinco pessoas e deixaram mais cinco feridos. Durante sessão do Parlamento Europeu para discutir a crise na Ucrânia, autoridades continuaram a repudiar as ações do presidente russo, Vladimir Putin, e a defender a imposição de sanções que penalizem a economia da Rússia.

Hoje o governo da Rússia determinou que o Ministério das Finanças repasse até 1 trilhão de rublos do Fundo de Riqueza Nacional para comprar ações de empresas russas, segundo afirmou uma fonte próxima do Kremlin, reportou a Reuters. No fim da tarde de Nova York, o dólar subia a 110,772 rublos.

Segundo o Wells Fargo, as sanções do ocidente têm resultado em “um colapso nos mercados financeiros russos, levando o rublo a mínimas históricas em relação ao dólar americano e prejudicando a capacidade da Rússia de acessar financiamento, bem como a maioria das reservas cambiais do banco central”. A avaliação do banco é que, dada a gravidade e os efeitos das sanções, o rublo tornou-se significativamente mais vulnerável. “Apesar do rublo ser uma moeda mais sensível, acreditamos que a depreciação atual foi além e o rublo pode experimentar uma recuperação modesta até o final do primeiro trimestre de 2022. No entanto, continuamos a prever um rublo mais fraco no longo prazo, com riscos em torno de nossa previsão de taxa de câmbio dólar/rublo inclinada para um rublo mais fraco do que esperamos”, descreve o Wells Fargo, acrescentando que essas previsões de longo prazo são baseadas em torno de “um afrouxamento gradual das tensões geopolíticas”. “Se o conflito aumentar ainda mais ou as sanções se intensificarem, o rublo poderá atingir continuamente novas mínimas em relação ao dólar americano”, destaca.

Para a Western Union, os ativos tidos como portos seguros tiveram um início rápido em março, enquanto a turbulência geopolítica permanecia “no banco do motorista”. “Liderado por ganhos em relação ao euro, o dólar avançou contra seus pares europeus, enquanto o dólar canadense se estabilizou quando o petróleo atingiu US$ 100 pela segunda vez desde quinta-feira. A fuga para a segurança empurrou os preços do Tesouro para cima e os rendimentos para o nível mais baixo em mais de um mês. O rendimento da nota de referência de 10 anos caiu para 1,70%”, descreveu, o banco, em relatório. A avaliação da Western Union é que “a aversão ao risco continua a ser a narrativa dominante à medida que os mercados se preparam para sanções ocidentais que potencialmente vão lançar a economia russa, a décima primeira maior do mundo, em uma recessão severa”.