12/05/2022 - 4:28
Uma quarta dose de uma vacina de mRNA contra a Covid-19 aumentou significativamente a proteção imunológica contra o coronavírus em todas as idades, segundo revelou um novo estudo publicado na revista ‘Lancet Infectious Diseases’.
Os pesquisadores do Reino Unido testaram os anticorpos e as respostas imunes celulares em pessoas que já haviam recebido três doses da vacina BioNTech/Pfizer e naquelas que receberam duas doses da vacina Oxford/AstraZeneca mais uma terceira dose com a BioNTech/Pfizer.
Metade das pessoas em cada grupo recebeu outra vacina da Pfizer, os outros receberam o reforço de meia dose Moderna, cerca de 30 semanas após a terceira injeção.
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Os resultados do estudo ‘COV-BOOST’ descobriram que aqueles que receberam a vacina da Moderna viram o maior aumento na sua imunidade – cresceram em cerca de 16 vezes em comparação com somente a 3ª dose.
Além disso, em comparação com 28 dias após a terceira vacina (quando a resposta imune é mais alta), o reforço da Moderna, em média, mais do duplicou o nível de anticorpos contra a proteína spike.
Houve também um aumento significativo na imunidade com uma 4ª dose da vacina BioNTech/Pfizer. Os níveis de anticorpos aumentaram em média 12 vezes em comparação com antes da dose e mais de uma vez e meia em comparação com os dados registados 28 dias após a terceira dose.
Segundo os cientistas, os dados também sugerem um teto de níveis de anticorpos de reforço com ambas as vacinas de mRNA. Os resultados do estudo surgem conforme os países avançam para a expansão dos seus programas de vacinas de reforço para grupos mais velhos e mais vulneráveis, nos quais a diminuição da proteção representa maiores riscos. Embora a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) tenha endossado uma quarta dose em pessoas vulneráveis e imunocomprometidas, não foi ainda autorizada qualquer vacina para um segundo reforço na população em geral.
Saul Faust, investigador-chefe do ‘COV-BOOST’, garantiu que a decisão de avançar para uma quarta dose seria baseada nas taxas de hospitalizações e doenças graves entre aqueles que receberam duas e três doses, bem como as possíveis variantes emergentes. O especialista garantiu ainda que as vacinas atuais continuam a proteger bem as pessoas de doenças graves, mesmo em pessoas que receberam três doses da vacina AstraZeneca, que demonstrou gerar níveis mais baixos de anticorpos.