06/10/2022 - 12:29
BRASÍLIA (Reuters) – Indicadores do Banco Central apontam para uma gradual redução da concentração bancária no Brasil, o que a autarquia atribui à entrada de novos participantes, embora as quatro maiores instituições financeiras do país ainda respondam por mais da metade da fatia de mercado.
Os dados fazem parte do Relatório de Economia Bancária, divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira.
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Segundo o relatório, os quatro maiores bancos do país são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú.
O volume de ativos dessas quatro instituições representou 56% do total do sistema financeiro nacional em 2021, abaixo dos 57,3% do ano anterior –em 2019 estava em 60%.
Também houve queda nos depósitos totais desses bancos. Reunidos, os quatro representaram 67,2% da fatia de mercado em 2019, 62,7% em 2020 e 60,1% em 2021.
O volume de operações de crédito também mostra uma tendência de recuo.
A participação dos quatro maiores bancos nesse segmento foi de 60,6% em 2019 para 59,4% em 2020 e 59,3% em 2021.
“O fato de que a concentração nos mercados de crédito se reduziu significativamente reflete a política pública perseguida pelo Banco Central nos últimos anos, que incentiva uma maior digitalização dos meios de pagamento e modelos de negócio inovadores”, disse o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, Renato Gomes, citando a entrada de novos participantes no mercado, como fintechs.
De acordo com o relatório do BC, esse movimento ocorreu a despeito de, em 2021, terem sido avaliados 12 atos de concentração.
Compra de participações na XP e do BTG Pactual
Entre as operações mencionadas pela autoridade monetária, estão a compra de participação da XP pelo Itaú e a aquisição, pelo BTG Pactual, de ações do Banco Pan detidas pela Caixa.
Avaliando recortes mais específicos, Gomes ressaltou que houve um aumento da participação das cooperativas no período, de 4,3% para 6,1% das operações de crédito entre 2019 e 2021.
Também foi observado um aumento da fatia de empréstimos concedidos por bancos privados, de 52,4% para 56,5%.
As operações feitas pelas instituições com controle de capital público recuaram de 47,6% para 43,5%.
No relatório, o BC mudou sua metodologia, deixando de avaliar a concentração a partir de dados dos cinco maiores bancos, grupo que também incluía o Santander.
Gomes afirmou que a mudança segue padrões internacionais e não altera a conclusão do documento.
(Por Bernardo Caram)