30/07/2022 - 16:07
Por David Milliken
LONDRES (Reuters) – Cerca de 5.000 maquinistas em quase um quarto da rede ferroviária da Grã-Bretanha entraram em greve neste sábado, como parte de uma campanha por salários mais altos depois que a inflação do país atingiu o maior nível em 40 anos.
A greve de 24 horas organizada pelo sindicato dos maquinistas ASLEF é a segunda ação trabalhista significativa nesta semana na rede ferroviária da Grã-Bretanha, depois que 40 mil membros dos sindicatos RMT e TSSA – que representam outros funcionários ferroviários – realizaram uma grande paralisação na quarta-feira.
Preços crescentes – a inflação ao consumidor é atualmente de 9,4% – e baixos reajustes salariais exacerbaram as tensões trabalhistas em setores como serviços postais, de saúde, em escolas, aeroportos e no judiciário.
A greve ferroviária deve causar “interrupção significativa” nos serviços durante todo o sábado e na manhã de domingo, de acordo com a Network Rail, que administra a infraestrutura ferroviária da Grã-Bretanha.
Quase todos os serviços em sete das 34 operadoras de trem do país foram cancelados, incluindo redes regionais para o sudeste e leste da Inglaterra, bem como linhas de longa distância que ligam Londres às regiões sudoeste e nordeste e a Edimburgo.
Os serviços ferroviários da Grã-Bretanha são administrados por empresas ferroviárias estatais estrangeiras que recebem contratos de curto prazo e subsídios operacionais do governo. Esses subsídios aumentaram à medida que os passageiros ficaram em casa durante a pandemia do Covid-19.
O secretário-geral da ASLEF, Mick Whelan, disse que os acordos de franquia normalmente preveem apenas aumentos salariais de 2% para os maquinistas.
“Neste momento de crise do custo de vida, acreditamos que essa situação não pode continuar”, disse Whelan à rádio BBC.
Steve Montgomery, diretor administrativo da operadora ferroviária First Rail e presidente do Rail Delivery Group, disse que as operadoras darão maiores aumentos salariais apenas se os maquinistas concordarem com mudanças nas práticas de trabalho que gerem economia de custos.
“Não estamos dizendo para as pessoas ‘trabalharem mais horas’, mas para serem mais produtivas dentro das horas que têm atualmente”, disse ele.
A ASLEF planeja realizar outra greve de um dia em 13 de agosto.