06/08/2024 - 17:27
O dólar foi negociado em alta no exterior, beneficiando-se do ambiente de acomodação após a apreensão com uma recessão nos Estados Unidos ter gerado uma acentuada onda de vendas da moeda americana nas sessões anteriores. As apostas dos investidores em um corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro aumentaram, em um sinal de que algum grau de calma retornou aos mercados após o fraco relatório de emprego, divulgado na sexta-feira, ter desencadeado o debate sobre se o BC americano estaria atrás da curva na reação ao quadro de desaceleração da economia.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, fechou com valorização de 0,27%, a 102,969 pontos. Neste fim de tarde, o euro cedia a US$ 1,0930 e a moeda japonesa recuava, levando o dólar a subir para 144,72 ienes. A libra se depreciou a US$ 1,2692.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, atribuía uma probabilidade de 69,5% de Fed cortar juros em 50 pontos-base em setembro. Essa hipótese chegou a superar a casa dos 90% ontem. A possibilidade de corte de 25 pontos-base estava em 30,5%, ante 15,5% ontem no fim da tarde.
A libra esterlina prolongava a desvalorização contra o dólar americano, em meio a incertezas políticas locais diante de protestos violentos da extrema-direita no fim de semana e do efeito residual do corte da taxa de juros pelo Banco da Inglaterra na última quinta-feira.
O euro também cedeu. Além de ajustes técnicos, o dado do varejo na zona do euro mostrou queda, o que frustrou a expectativa de alta e suscitou discussão entre os analistas sobre a recuperação do bloco.
O iene recuou em dia que contou com recuperação da Bolsa de Tóquio após o tombo a véspera. A Capital Economics pontuou que o governo do Japão interveio nos mercados de câmbio para enfraquecer o iene com muito mais frequência do que para fortalecê-lo. “Mas as intervenções cambiais se tornaram muito raras nas últimas duas décadas e nossa sensação é que o governo está acolhendo uma taxa de câmbio mais forte nas circunstâncias atuais. Seria necessária uma apreciação muito maior e rápida para que o Ministério das Finanças interviesse com compras de câmbio”, avaliaram os analistas.